Caso

Ex-atleta de vôlei que agrediu entregador é banida do iFood

Empresa exibe mensagem avisando do banimento

Sandra Mathias Correia de Sá está sendo acusada de injúria por preconceito e lesão corporal após agredir e insultar entregadores
Sandra Mathias Correia de Sá está sendo acusada de injúria por preconceito e lesão corporal após agredir e insultar entregadores |  Foto: Reprodução
  

A ex-atleta de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá foi banida do iFood após chicotear com uma coleira e xingar entregadores em uma loja em São Conrado, na Zona Sul, na semana passada. 

Em nota enviada ao portal Uol, a rede informou que não vai tolerar qualquer atitude preconceituosa. "Prezamos pelo respeito mútuo e não iremos tolerar este tipo de comportamento", disse a empresa, acrescentando que também não vai aceitar clientes que tiverem atitudes homofóbicas, racistas, machistas, capacitistas ou que envolvam algum tipo de intolerância religiosa ou política.

No aplicativo, o iFood tem reforçado que não tolera racismo e agressão aos seus entregadores, com risco do usuário ser banido caso cometa essas infrações. 

Mensagem do iFood ao ser feito um pedido no aplicativo
Mensagem do iFood ao ser feito um pedido no aplicativo |  Foto: Reprodução
 

A mulher ainda não prestou depoimento na 15ª DP (Gávea), depois que não compareceu nesta quarta-feira (12). Segundo Roberto Duarte Butter, advogado de Sandra Mathias Correia de Sá, a ex-atleta não foi à distrital por problemas de saúde. Ela alegou estar machucada. O depoimento deve ser remarcado para a próxima semana.

O caso

A ex-atleta de vôlei e moradora de São Conrado, na Zona Sul do Rio, está sendo acusada de injúria por preconceito e lesão corporal após agredir e insultar entregadores. Vídeos mostram as vítimas sendo atacadas verbal e fisicamente por Sandra Mathias, que chegou a usar a guia do cachorro para dar uma espécie de chicotada nas costas de um dos entregadores, que é negro.

Uma das vítimas, Max Angelo, é morador da Rocinha, também na Zona Sul carioca, e trabalha como entregador informal há um ano e meio, após perder o emprego formal. Após o incidente, ele prestou depoimento e passou por exames no Instituto Médico-Legal (IML).

Max Angelo disse que quer justiça e afirma que, de domingo a domingo, trabalha para ajudar a sustentar seus três filhos e sua esposa e ele jamais imaginou que passaria por uma situação dessas. 

“É triste saber que ainda existem pessoas assim. No domingo, estávamos sentados (Max e outros entregadores) como sempre fazemos aqui, esperando a entrega, e aí ela se aproximou com o cachorro. Quando chegou na nossa frente, ela olhou pra mim com cara de nojo e cuspiu no chão. Logo depois, ela seguiu o caminho dela. Quando voltou, minutos depois, a menina daqui perguntou porque ela tinha raiva da gente. Aí começaram as alterações, as agressões verbais e a agressão física", disse o entregador.

Ela chamou a gente de marginal, de preto, falou que eu tinha que voltar pra favela, que eu não tenho que estar aqui em São Conrado, que ela paga IPTU. Me mandou ainda tomar em tudo quanto é lugar. É triste! Só quero justiça, quero que ela pague pelo que ela fez Max Angelo, entregador
 
< Ataque de criminosos a condomínio na Baixada deixa mortos e ferido Xurrasco mostra encontro com Xurrasca; assista <